Deputados aprovam projeto que beneficia professores, mas ausência de Wescley Tomaz gera críticasFoto: Reprodução
Os deputados da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) aprovaram, nesta quarta-feira (12), o Projeto de Lei nº 13/2025, que revoga a Lei 10.820/2024 e restaura direitos dos profissionais da educação no estado. A medida representa um avanço significativo para a categoria, garantindo a retomada de legislações que haviam sido revogadas no final do ano passado.Crédito: Celso Lobo (AID/ALEPA)
No entanto, a ausência do deputado Wescley Tomaz na votação gerou questionamentos entre educadores e parlamentares. Enquanto a maioria dos deputados se posicionou a favor do projeto, o não comparecimento do parlamentar foi interpretado como uma falta de compromisso com a valorização dos professores paraenses.
O projeto aprovado restabelece cinco legislações consideradas conquistas importantes para os profissionais do magistério e recompõe dispositivos essenciais à progressão da carreira, anteriormente suprimidos. A mobilização da categoria foi fundamental para que a proposta avançasse na Alepa, culminando na sua aprovação no plenário Newton Miranda.Até o momento, Wescley Tomaz não se pronunciou sobre sua ausência na votação. O episódio reforça a cobrança da classe docente por mais engajamento dos representantes políticos na defesa dos direitos dos educadores.
Para o presidente Chicão (MDB), o que a Casa de Leis fez, nesta manhã, foi cumprir o seu dever. “É papel do Poder Legislativo ajudar, construir momentos de paz, construir o entendimento comum. Esse é o papel que nós acabamos de desempenhar", pontuou. Sobre sua participação nesse processo de construção de diálogo, o presidente afirma que o bom senso o levou a encaminhar a reivindicação e as propostas ao governo, e classificou a conclusão desse processo como um consenso importante feito com o governo do estado.
“Eu fico feliz com as falas, mas isso não me deixa envaidecido. Acho que esse é o momento de busca pelo entendimento e a Assembleia deu a sua contribuição. Às vezes, as pessoas ocupam determinados cargos públicos e incorporam isso como se fosse permanente em suas vidas. A vida já é curta, imagine os cargos públicos. Então eu imagino que, nessas passagens, a gente tem sempre que construir a paz, a união, isso é um princípio que eu tenho comigo. Você não é eleito para atrapalhar a vida das pessoas, você é eleito para ajudar", acrescentou o presidente Chicão.
O deputado reforça que a Alepa está e estará de portas abertas à população e que a sociedade poderá acompanhar os projetos e as votações nas comissões permanentes da Casa. O presidente Chicão também sinalizou uma abertura de diálogo constante com as lideranças indígenas, para que possam vir até a capital com maior frequência, estreitando ainda mais o canal com o Poder Legislativo.
Parlamentares comentam a aprovação
A deputada Lívia Duarte (PSOL) classificou como “histórico e lindo o que estamos fazendo aqui hoje na Alepa, porque estamos garantindo direitos. Eu queria que a gente pensasse no dia de hoje como uma reflexão, e o maior ensinamento que os povos originários me deram nos últimos 30 dias foi que direito não se negocia, e hoje afirmamos isso com a revogação da Lei 10.820. Viva a luta dos professores, viva a luta dos indígenas, viva a luta dos quilombolas", declarou a parlamentar que atua pela oposição na causa.
Vice-líder do governo da Alepa, a deputada Maria do Carmo (PT), que também participou ativamente das articulações ao lado da companheira do PSOL, reafirmou a importância da negociação do Poder Legislativo nesse sensível momento para a educação do Pará. “Eles acreditaram que era possível revogar e mantiveram-se firmes nesse propósito e a Casa, na figura do deputado Chicão, entrou para dar uma resposta à sociedade, e foi o que fizemos aqui hoje, cumprimos o que foi prometido aos indígenas. Reforço o papel do presidente nesse processo e acrescento para vocês: o governador ficou com o que vocês disseram na cabeça dele", ressaltou.
O protesto e a conquista das lideranças
Em reunião realizada no dia 5 de fevereiro, o governador Helder Barbalho, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará, bem como lideranças indígenas, quilombolas e ribeirinhas assinaram um termo de compromisso para o fim das manifestações e para a elaboração de um novo Estatuto do Magistério e Plano de Cargos, Carreiras e Salário dos profissionais públicos da educação básica paraenses. Um grupo de trabalho será formado com representantes do governo, dos professores e de populações tradicionais.
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